Segundo dados da Funai, antes do processo de colonização europeia, estima-se que a população indígena brasileira, em 1500, fosse de aproximadamente 3 milhões de habitantes, distribuídos em cerca de mil povos diferentes.
Atualmente, de acordo com o IBGE, esse número caiu para 900 mil indígenas, pertencentes a mais de 305 etnias e falantes de 274 línguas. Eles estão presentes nas cinco regiões do Brasil, com maior concentração na Região Norte, que abriga 306 mil indivíduos, sendo o Amazonas o estado com maior número de indígenas.
No cenário global, a UNESCO aponta que os povos indígenas ocupam cerca de 22% do território mundial e somam 370 a 500 milhões de pessoas, originando mais de 7.000 línguas e 5.000 culturas distintas. Apesar dessa diversidade, enfrentam desafios comuns, como marginalização, pobreza extrema e violações de direitos fundamentais.
Reconhecendo a necessidade de valorização e preservação dessas populações, a ONU instituiu, em 1994, o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto. A data remete à primeira reunião do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Populações Indígenas, realizada em Genebra, em 1982, com a presença de lideranças de todo o mundo para debater pautas ligadas aos direitos humanos e à proteção dos povos originários.
Em 13 de setembro de 2007, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, iniciada em 1982.
O documento estabelece padrões mínimos de sobrevivência e dignidade, reconhecendo direitos como o usufruto pleno de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; o direito à autodeterminação e ao autogoverno em questões internas; a preservação das culturas, línguas e costumes; a proteção contra a assimilação cultural forçada; e, o direito de manter suas próprias instituições políticas, econômicas, sociais e culturais, bem como participar das instituições do Estado.
No Brasil, até 2022, o Senado Federal analisava projetos voltados à proteção e à garantia de direitos indígenas, como a proposta de criação da Política Nacional de Segurança dos Povos Indígenas e a alteração do Estatuto do Índio para incluir princípios gerais de acesso à justiça por indígenas e comunidades tradicionais.
Assim, o Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo não é apenas uma data simbólica, mas um chamado à ação e à conscientização global. Reconhecer a importância dos povos originários significa compreender que a preservação de suas culturas, línguas e modos de vida está diretamente ligada à proteção da diversidade humana e ambiental.
Mais do que garantir direitos já consagrados, é necessário promover políticas efetivas que combatam desigualdades históricas e assegurem que essas comunidades possam existir com dignidade, autonomia e respeito, contribuindo plenamente para a construção de um futuro mais justo e plural.
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